28 de julho de 2011

Um legado para líderes pós-modernos

          Hoje o mundo cristão amanheceu de luto. Faleceu o pastor britânico John Stott aos 90 anos de idade. Com um ministério sólido e firmado nas escrituras, este servo de Deus construiu sua vida pautado na simplicidade do evangelho de Jesus. Com vários livros publicados em sua trajetória ministerial, este homem de Deus influenciou e ainda influencia a vida de muitos cristãos com aquilo que produziu ao longo de sua vida.
         Em tempos onde a superficialidade tem reinado em nossos púlpitos, que possamos aprender com este grande expositor das escrituras a beleza do evangelho simples e sem invencionices que tem imperado em nossas igrejas. As igrejas carecem de homens como Stott em seus púlpitos atualmente. A ostentação e a busca pelo poder terreno entre os líderes cristãos têm gerado uma liderança imatura, infantil, sem visão do reino de Deus e alienada. Esta mesma liderança adora o reconhecimento dos homens e por isso estão sempre na mídia ostentando sua estética em detrimento da ética. Enquanto que homens como John Stott buscavam o anonimato e a simplicidade de anunciar a Cristo, e a este ressurreto.
         Que possamos aprender com o legado deste servo de Deus a conduzirmos nossa vida ministerial de forma digna, como obreiro aprovado, que maneja bem a palavra da verdade e que não se envergonha do evangelho que é loucura para aqueles que crêem. Amém.
Marco Carvalho

25 de julho de 2011

Janelas - Gerson Borges

Oração: Refúgio da alma - parte 2

 

         A oração mais conhecida da Bíblia sem dúvida alguma foi a oração do Pai nosso proferida pelo Senhor Jesus. Muitos se perguntam sobre o seu real significado e relevância para a vida cristã e como devemos aplicá-las em nosso viver. É importante salientar que antes de realizar esta oração, Jesus disse: “Ao orares, não digas as mesmas coisas vez após vez, assim como fazem as nações, pois imaginam que serão ouvidos por usarem de muitas palavras” (Mateus 6:7).         O relato de Lucas difere um pouco do de Mateus. Ainda que Jesus a tenha repetido no relato de Lucas, podemos observar que Ele e seus discípulos não seguiram com tanta rigidez esta oração “modelo” em outras ocasiões. Sendo assim, Jesus nos ensinou que como podemos fazer com que nossas orações sejam aceitáveis ao Senhor e como podemos encontrar respostas básicas para coisas importantes para a vida.
         É interessante notarmos que esta oração sugere para nós, proximidade com Deus. Ela tem em seu início a expressão “Pai nosso”. Se observarmos, podemos identificar Jesus dizendo Pai nosso e não meu Pai. Isto denota o amor que Deus tem por todos nós. Se Jesus disse que ele é Pai nosso quem somos nós para continuarmos com nossas orações guetizadas, verticalizadas, individualistas e nunca comunitárias? Portanto, nossas orações devem ser feitas sempre no coletivo e nunca olhando para o nosso mundo como se fôssemos únicos no universo.
         A oração se segue dizendo “O pão nosso de cada dia nos daí hoje” Somos agitados por natureza e não conseguimos lidar com a espera, pois ela nos é inquietante e perturbadora. O grande desafio da oração é confiarmos na provisão de Deus todos os dias. Ficamos angustiados porque ficamos preocupados com o pão de amanhã sem se quer termos nos alimentado do pão de hoje. O procedimento e o conselho de Deus para nós é: não nos preocuparmos com o dia de amanhã. Por isso devemos pedir o pão em cada dia. A idéia de pão neste texto é muito mais do que comer. O sentido é muito mais amplo do que podemos imaginar. Pão significa comida, mas também forças para continuar a jornada do trabalho, a luta pela vida em meio a tantas injustiças, a força de Deus em podermos trabalhar, etc.
         Outro fator importante na oração é: “Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam” Quando nos deparamos com o assunto do perdão ficamos na defensiva e invariavelmente temos muita dificuldade em perdoar. No relato de Lucas 11:4, as “dívidas” se referem aos nossos pecados. Na lógica do Reino de Deus, se somos perdoados por Jesus, devemos seguir o exemplo do mestre em aprendermos a perdoar assim como ele nos perdoou também. Em Salmos 86:5 lemos: “Tu, ó Senhor, és bom e estás pronto a perdoar; e é abundante em benevolência para com todos os que te invocam”. Como é maravilhoso sabermos que o nosso Deus está sempre apto pra nos perdoar e nos encher com sua graça.
         A oração que Jesus nos ensinou, vai caminhando para o seu fim de forma poética em nossos corações. O Senhor não nos abandona no pecado e muito menos nos coloca nele como muitos pensam no momento da dor. O Cristo ressurreto não precisa colocar-nos no pecado para demonstrar a sua glória e o seu poder para nós. Ele é o Deus de infinitas misericórdias e sua graça permanece eternamente. E ele sempre está no controle de tudo e nada foge do seu domínio.
         Sendo assim, nesta oração aprendemos que podemos sim, ter a liberdade de chamar o nosso Criador de Pai, e muito mais do que isso, de nosso Pai. Observamos nesta oração um convite profundo do mestre do amor em nos levar em unidade na diversidade através desta oração tão singela e profunda que Cristo nos ensinou. Que verdadeiramente o seu Reino esteja no meio de vós. Amém.
Marco Carvalho

Quem eram os levitas?


         
 
         Sei que esse assunto já foi batido e rebatido várias vezes, por isso é possível que esse texto não apresente nenhuma novidade para alguns irmãos. Entretanto, gostaria de compilar aqui algumas das melhores razões para não usarmos a expressão levita para designar as pessoas que tocam e cantam no “período de louvor”. E mesmo que você não use o termo, proponho que leia pelo prazer de ver a história da salvação se desenrolando na figura do sacerdote.
         Com isso, desejo não apenas levar irmãos a repensarem esse costume, mas também mostrar que a teologia por trás do sacerdócio levítico é muito mais bela, ampla e grandiosa do que parece.  Quero deixar claro (antes que alguém objete) que uma igreja pode usar essa expressão e ainda realizar cultos de adoração verdadeira, e que ninguém será condenado pelo uso do termo.  Entretanto, não há nenhuma boa razão para cometer esse erro deliberadamente. E, creio, qualquer desvio do ensino bíblico, mesmo os que parecem mais simples, podem ser portas para distorções perigosas. Por isso, sugiro que líderes e pastores levem em consideração o que está exposto aqui.

1) Nem todos os levitas eram músicos

         A Bíblia relata, é verdade, que existiam levitas envolvidos com a música no antigo Israel. Vemos corais e bandas formados por membros da tribo de Levi e voltados exclusivamente para esse ministério. Entretanto, também lemos sobre levitas que cuidavam de outras atividades cultuais, como o sacrifício, e aqueles que se  envolviam  em tarefas  administrativas e operacionais.
         Sei que alguns defensores da expressão “levita” sabem disso. (Por exemplo, o polêmico concurso “Promessas” admite isso em seu site oficial). Ainda assim, preferiu-se ignorar todas as outras funções associadas ao ministério levítico e concentrar-se apenas nessa.  Por quê?
         Alguns entendem que é por estrelismo dos músicos, mas prefiro pensar que há um motivo mais profundo – a valorização medieval de funções “sagradas” em detrimento de funções “seculares”. Varrer o chão, organizar culto, carregar coisas – qualquer um faz. Adorar, somente os crentes. Há um fundo de verdade aí, mas também há uma ignorância quanto ao chamado geral de Deus para humanidade. Tanto o administrador quanto o zelador podem glorificar a Deus em suas respectivas funções. Isso não é um culto público, mas é um culto.
         Assim, alguém responsável por assuntos cotidianos como arrumar cortinas do templo poderia “ser tão adorador” quanto Asafe, o compositor. E  um músico no culto público pode estar profanando o nome de Deus – se seu alvo não for a glória do Criador.

2) O chamado levítico originalmente envolvia toda a humanidade

         Um dos assuntos mais interessantes da Bíblia é a teologia do local de adoração. Quando Adão e Eva foram criados, eles receberam um chamado de glorificar a Deus por meio do casamento e da procriação, do domínio sobre a natureza e do descanso no sétimo dia. E eles foram colocados em um Jardim, onde poderiam adorar o Criador e exercer a função de guardar e cuidar do Éden.
         Algo que passa despercebido pela maioria dos cristãos é que Moisés e outros autores bíblicos repetiram certas expressões e símbolos sobre o  Jardim do  Éden quando falavam sobre o tabernáculo e o templo.  Ou seja, o Éden era um “templo” que deveria ser guardado pelos primeiros levitas  – Adão e Eva. O termo “lavrar e guardar”  (Gn 2.15) é a mesmo usado para as funções dos levitas em Números 3.7-8, 8.26  e  18.5-6. O chamado de adoração e cuidado com o “templo” é um chamado geral, dado a nossos primeiros pais, assim como o casamento, a família, o trabalho e o descanso.
         “Se o Éden é visto como um santuário ideal,  então talvez Adão deva ser descrito como um Levita arquetípico”  (Gordon J. Wenham)1

3) O levita tinha um papel de mediador, assumido por Cristo

         Como ungidos do Senhor, os levitas tinham  um papel  de mediar a Aliança entre Yahweh e o povo de Israel. Eles não eram simplesmente  pessoas que “ministravam a adoração” para a congregação. Muitos vêem o povo realizando sacrifícios e entendem que aquilo era o paralelo de nossos momentos de louvor hoje. Há certa relação, mas os sacerdotes faziam muito mais.
         Como mediadores, eles exerciam o papel de representar Deus para o povo e representar o povo para Deus. É por isso que esse era um cargo de extrema importância e perigo. Se  o levita chegasse contaminado na presença de Deus, ele estava dizendo que  a nação estava em pecado.  Se  ele chegasse maculado  na presença de Israel, era uma blasfêmia – “Deus” estava corrompido. Eles não estavam simplesmente realizando cultos, eles tornavam o culto possível.
         Hoje, esse papel é cumprido perfeitamente por nosso sacerdote e cordeiro Jesus. Como perfeito Deus e perfeito homem, ele pode posicionar-se como representante de Yahweh diante do povo e representante da igreja diante de Deus.  Como afirma o Apóstolo, “há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem” (1 Tm 2.5). Assim, o ministro de louvor hoje é meramente alguém dependente do verdadeiro mediador, aquele que torna o culto possível, o Senhor Jesus.

4) Jesus não é representante do sacerdócio levítico

         Entretanto, apesar de sacerdote, Jesus não pode ser considerado um levita. Um motivo para isso é biológico – ele não é descendente de Levi, mas de Judá. Como ele poderia assumir a função sacerdotal? O segundo motivo é teológico. O autor de Hebreus ensina que Jesus é sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque  (Hb  5.10).
         O Salmo 110 (não sem motivo o texto do Antigo Testamento mais citado no Novo) nos fala de um rei-sacerdote que se assenta no trono de Davi. De fato,o próprio Davi cumpriu certas funções sacerdotais sem ser realmente um levita. Como isso seria possível? Isso acontece porque esse sacerdote é da mesma ordem de um misterioso personagem de Gênesis 14, um rei de Salém (note as sílabas finais de uma tal Jerusalém) chamado Melquisedeque.
         Esse personagem, por estar envolto em tanto mistério, é considerado uma figura de Cristo. Ele era “sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus”  (Hb 7.3) e tanto rei de justiça, quanto de paz (7.2). Assim,valorizar demais o sacerdócio levítico pode nos levar a renegar uma ordem superior, a de Melquisedeque, por quem vem a perfeição  (Hb 7.11).

5) A Nova Aliança, da qual fazemos parte, tornou o sacerdócio levítico caduco

         O autor de Hebreus vai mais além e diz que o sacerdócio da ordem de Arão foi revogado. Diante da superioridade de um sacerdote que é eterno  (Hb 7.24), mediador de uma Aliança  superior (Hb 8.6), ele conclui que o sistema anterior era fraco e não podia aperfeiçoar (7.18,19).
         Usando o relato sobre Abraão e Melquisedeque, o autor de Hebreus mostra que, quando o Patriarca entregou seus dízimos ao Rei de Salém, estava ali comprovado que o sacerdócio levítico era inferior ao sacerdócio de Jesus.  Como assim? Ele explica que a tribo de Levi era  responsável pelo recolhimento do dízimo no antigo Israel. Mas o que vemos em Gênesis? Um antepassado dos levitas entregando as ofertas e sendo abençoado por outro sacerdote! Levi, ainda nos lombos de Abraão (7.10), colocou-se debaixo da autoridade de Melquisedeque.  Como sabemos, somente o maior abençoa o menor (7.7).
         Assim, depois dessa interpretação pouco usual (mas inspirada), o autor de Hebreus conclui – a Nova Aliança envelheceu a primeira, que está velha e prestes a acabar (8.13). Assim, fazer referência a essa instituição em cultos neotestamentários é exaltar as sombras que  passaram que não aperfeiçoam (10.1) e são fundadas no que é terrestre e passageiro (8.2).

6) Em Cristo, todos somos sacerdotes

         Unidos a Cristo, somos tratados como portadores de sua perfeita vida de obediência e, assim, podemos  ser  considerados sacerdotes. Um dos  chamados de Israel era ser um reino de sacerdotes (Êx 19.6) – justamente a posição que Adão falhou em cumprir. O apóstolo Pedro aplica essa expressão à igreja e afirma que somos sacerdócio real (1 Pe 2.9).
         Da mesma forma que a  humanidade foi chamada, no primeiro  Adão, para guardar o Éden, a nova humanidade, no último Adão, é chamada a ministrar na Nova Criação.  Todos os crentes são chamados a adorar e oferecer sacrifícios (Rm 12.1), não apenas uma classe especial  de pessoas. É isso que chamamos de sacerdócio universal dos crentes.

7) Cria uma divisão entre crentes “levitas” e “não-levitas”

         A  última razão é mais prática que teológica. Em muitas igrejas, essa separação entre “ministros de louvor” e a congregação gera uma perigosa classificação de  espiritualidade.  É claro que pessoas que se colocam à frente da congregação (e, de certa forma, ensinam e lideram o rebanho) devem tomar um cuidado especial em relação a suas atitudes e serão responsabilizados mais rigorosamente.
         Entretanto,  isso  não coloca necessariamente os cantores e  músicos em algum tipo de posição diferente, como alguém  mais consagrado, um foco maior de ataques do inimigo, imune à críticas, etc. Tanto  pastores, quanto músicos e “leigos” são aceitos por Deus por meio da fé em Cristo, porque ele viveu e morreu de forma perfeita por nós. Diante de Deus, todos têm 100% de aprovação.
         Ao mesmo tempo em que músicos e cantores devem estar atentos  para que não caiam, eles precisam se  lembrar de que a cruz nivela tudo – somos todos merecedores da ira eterna, somos todos considerados perfeitos por Deus. Em Cristo, não em Levi, todos somos templo, sacrifício e sacerdotes. Se Deus nos uniu assim, quem somos nós para separar? Em Cristo, não em Levi, todos somos templo, sacrifício e sacerdotes. Se Deus nos uniu assim, quem somos para separar?

 1 Para uma tabela que mostra a ligação ente o Éden e o Templo/Tabernáculo, ver God’s Glory in Salvation through Judgment: a Biblical Theology,  de James M. Hamilton. Boas informações também em From  Eden to  the New Jerusalem,  de T. Desmond  Alexander.
http://iprodigo.com/textos/7-razoes-para-nao-chamar-musicos-de-%E2%80%9Clevitas%E2%80%9D.html

18 de julho de 2011

A Grande comissão versus O Grande comichão





“Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados?” (Rm.10:13-15a).
         Quem disse que a ordem dos fatores não altera o produto? Pelo menos, nesta equação paulina, sim. A ordem proposta pelo apóstolo é: Enviar, pregar, ouvir, crer, invocar, salvar. Alguém precisa ser enviado para pregar, a fim de que outros ouçam, creiam, invoquem e sejam salvos. Não há como reverter este processo. E é aqui que harmonizamos o “ide” e o “vinde” de Jesus. Quem atendeu ao vinde, tem que atender ao ide, para que tantos outros igualmente venham e sejam salvos.
         Esta simples equação resume o que chamamos de “A Grande Comissão”. Quero levantar aqui uma questão subjacente ao texto: O que deve ser pregado, afinal? A resposta inequívoca é: O Evangelho. Portanto, urge definirmos, à luz das Escrituras, o que seja o Evangelho. Será que o tem sido pregado em nossos púlpitos hoje em dia corresponde ao Evangelho em sua essência? Até que ponto a mensagem que pregamos não foi diluída, adulterada para que ficasse ao gosto do freguês?
         Na contramão da Grande Comissão, encontramos o que poderíamos chamar de “o grande comichão”. Paulo fala de um “tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, cercar-se-ão de mestres, segundo as suas próprias cobiças; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando às fábulas” (2 Tm.4:3-4). Deixar algo são (sadio) por algo doentio é no mínimo uma insensatez. A doutrina apresentada no Evangelho produz pessoas sadias, tanto do ponto de vista emocional, quanto espiritual. Porém não é isto que temos visto em nossos dias, ou é? Por que grande porcentagem dos internos nos hospícios e manicômios é de origem evangélica? Somos resultado daquilo que comemos. Se nos alimentamos mal, nosso corpo sofre as conseqüências. Porém, nem tudo que nos apetece colabora com a nossa saúde. Imagine se os pais dessem aos filhos somente as guloseimas que eles apreciam? Nem que seja por imposição dos pais, as crianças têm que aprender a comer legumes, verduras, frutas, e tudo que lhes proporcionará uma saúde robusta agora e no futuro.
         O mesmo se dá no que tange à pregação. Não podemos dar o que as pessoas querem ouvir, e sim o que elas precisam ouvir. O tal “comichão nos ouvidos” falado por Paulo é análogo à salivação que temos quando vemos um prato apetitoso. Por mais que saibamos o mal que aquilo nos faz, somos atraídos a ele, como que por um impulso suicida. Quer reunir uma multidão para lhe ouvir? Dê-lhes o que querem. Faça como Arão, que não resistiu à pressão popular enquanto seu irmão Moisés estava no monte recebendo as tábuas da Lei, e por conta isso, confeccionou-lhes um bezerro de ouro para que o adorassem. As pessoas sentem-se atraídas por certos discursos, principalmente quando acariciam seus egos ou alimentam suas fantasias. É como se as pessoas dissessem: Se há carícias ao meu ego e fantasias que me acalentem, então, fala que eu te escuto!
         Quem resume o Evangelho a promessas de prosperidade está tão-somente atiçando a cobiça de seus ouvintes. Por isso tais igrejas estão lotadas. Há também os que recorrem às fábulas, sejam em forma de teorias de conspiração, ou mesmo, de anedotas para entreter os ouvintes, ou de promessas infundadas. Quanto mais fantasiosa a teoria ou a doutrina, “melhor”! A turma se esbalda…
         Parece que as pessoas gostam de ser enganadas. Muitas são como os atenienses, quede nenhuma outra coisa se ocupavam, senão de dizer e ouvir a última novidade” (At.17:21). Por isso, são presas fáceis destes mestres inescrupulosos, sobre os quais Pedro nos admoesta, dizendo que “muitos seguirão as suas dissoluções, e por causa deles será blasfemado o caminho da verdade”. E mais: “Por ganância farão de vós negócio, com palavras fingidas” (2 Pe.2:2-3a). Não sejamos ingênuos. Eles não querem apenas audiência e popularidade. Querem muito mais que isso! Almejam amealhar fortunas e construir seus impérios particulares. Tudo sob o pretexto de “ganhar almas”. A Grande Comissão tornou-se uma justificativa perfeita para sua agenda particular, e para isso, aproveitam-se do grande comichão que há nos ouvidos dos incautos. Se a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus, o fanatismo vem pelo ouvir um pouco de verdade diluída numa caixa d’água de mentiras e fantasias. A melhor coisa a fazer? Deixá-los falando sozinho.
 Hermes Fernandes
http://www.hermesfernandes.com/

BINGOSPEL

Você fica irritado em cultos de reteté?
Sente uma raiva imensa durante os sermões de prosperidade, cruzadas e cultos de reteté?
Aqui tem um método eficaz para combater esse problema!

Apresentamos: GOSPEL BINGO!
Imprima o quadro que segue e leve dentro da sua Bíblia.

Sempre que ouvir a palavra ou expressão contida numa das casas, marque-a com um (X).
Quando completar uma linha, coluna ou diagonal, grite “GLÓRIA A DEUS”!
Escolhido
Unção
Êiiiiiita!
Nasceu pra vencer
Prosperar
Recebaaaaaa!
Fala pro irmão ao seu lado
Chegou a sua vez!
MANTO
shofar
Pisa na cabeça do diabo!
Shekinah
Eu não aceito!
Quem tem promessa não morre!
Profetizo sobre tua vida
Homem de branco
Os humilhados serão exaltados
Vitória
Tem sabor de mel...
Mistério
Tá amarrado!
Varão de fogo
Tome posse!
ungido
Amém, Igreja?


Testemunho de jogadores  vasos  crentes satisfeitos: 
a. “O culto tinha começado há apenas 5 minutos quando ganhei!”;
b. “A minha capacidade para escutar aumentou muito desde comecei a jogar o Gospel Bingo”;
c. “O culto foi tremendo porque 14 pessoas estavam à espera de preencher a 5ª casa”;
d. “O pregador ficou surpreso ao ouvir oito pessoas gritando “GLÓRIA A DEUS!”, pela 3ª vez em 15 minutos”;
e. “Agora, vou a todas as reuniões reteté da minha igreja e ainda visito outras!”

http://firmesnapalavra.blogspot.com/2010/11/gospel-repepe-bingo.html


12 de julho de 2011

Oração: Refúgio da alma! - parte 1

“Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome”. Mt. 6:9
         Neste relato encontramos um “modelo” de oração que foi ensinada por Jesus enquanto ensinava a multidão no conhecido sermão do monte. O que Jesus estava tentando ensinar os seus ouvintes na época e o que nós podemos extrair para nosso crescimento em pleno século XXI? Alguns vêem na oração de Jesus uma espécie de ritual mágico onde seguindo todos os passos conseguiremos todas os benefícios celestiais. Contrariando esse pensamento, somos convidados por Cristo a nos relacionarmos profundamente com Deus através da oração.
         Num mundo onde somos levados a pensarmos somente em nós mesmos, o caminho proposto por Jesus difere em muito do que pensavam seus ouvintes e muitos de nós ainda hoje. Jesus ressalta fortemente, através deste sermão, uma íntima relação dos seus discípulos com um Deus pessoal, presente e real. Podemos observar algo interessante na oração ensinada por Jesus. Encontramos nela uma mudança e quebra de paradigmas no relacionamento humano com seu Criador. Nos tempos de Jesus, os grupos religiosos criaram um ritual e um jugo muito pesado sobre as pessoas que quisessem aproximar-se de Deus.
         Hoje encontramos estes mesmos grupos transvertidos de uma aparência de espiritualidade em nossas igrejas. Criam diversos atalhos para chegarmos ao Senhor e nos apresentam uma oração sem vida e sem relevância alguma. São meras palavras lançadas ao vento que se perdem como a água entre os dedos. Não há substância em suas orações e por isso Deus as rejeita.
         Nossas orações devem engrandecer a Deus como louvor e gratidão por tudo o que ele é. E neste relacionamento entre criatura e Criador devem existir intimidade e maturidade de homens e mulheres que se achegam a Ele para buscarem sentido em suas existencialidades, e assim, nos quebrantarmos ante sua face e mergulharmos neste rico oceano que é a vida de oração. Nesta vida muitas vezes sem sentido, é onde encontramos o transcendente se manifestando no imanente para preencher o existente. Que sejamos inundados pelo Espírito e tenhamos nossos corações transbordados pela graça de Deus. Amém.
Marco Carvalho

11 de julho de 2011

FELICIDADE


         "Felicidade foi embora e a saudade no meu peito..." Essa música, bem conhecida, trata a felicidade como algo ou alguém que partiu, deixando recordações, dor, tristeza, um sentimento de perda que pode trazer a melancolia, a depressão, um sentimento que foge ao controle. Mas o que é felicidade? Aurélio nos ajuda a defini-la como "êxito, sucesso, satisfação pessoal ou do outro. Algo que ocorre, uma circunstância ou situação". Vemos que muitas vezes o êxito e o sucesso chegam, mas logo se despedem entoando essa música; entretanto, a satisfação pessoal que permanece é de dentro para fora, promovendo a realização do ser. C S. Lewis afirmou que "felicidade é fazer a vontade de Deus"; outros dizem que felicidade é ter muito dinheiro, casa, mulheres, fama, um bom casamento, filhos exemplares etc., muitas vezes é na felicidade do outro que escondemos a nossa insatisfação.
         Há pessoas que, mesmo vivendo em pobreza, se dizem felizes; outras que desfrutam de riquezas, mas se declaram amarguradas. Nesse ponto concluímos ressaltando que a felicidade não está em objetos ou circunstâncias. Buscar a felicidade em coisas externas é sinal de vazio interior. A felicidade permanente reflete o início de uma realização espiritual, interior, que independe de causas externas, alegrias momentâneas, sonhos frustrados... que um dia "foram ou irão embora", deixando vazios, culpas, ressentimentos, amargura e marcas que muitas vezes ofuscam o futuro. 
         A felicidade encontra-se no coração perdoador, que ama, que não mais se fecha com sua dor, mas que se abre, se expõe para si e para o outro, restaurado pelo amor suficiente de Deus. Nada substitui essa felicidade, que nos dá estrutura para enfrentar e suportar as tristezas. Quando estamos felizes é porque realizamos algo, mas quando somos felizes é porque algo se realizou em nosso interior, tornando-nos pessoas realizadas e satisfeitas. Há três percursos à felicidade: Quando Deus expõe as minhas dores para tratar, quando exponho minha restauração a outros, e quando outros se envolvem com minha alegria para encontrar a deles.
         Uma vida com sentido é o que dá sentido a vida. Madre Tereza disse certa vez: "mesmo que seja uma gota d’água no oceano, se deixarmos de fazer, um dia fará falta para sempre". Há uma realização na felicidade, um propósito de ser e, nesse vínculo, a vida abundante. Assim, a felicidade faz parte daqueles que caminham com o Senhor. É um apoio seguro, que consola o triste; ao desanimado dá esperança; ao amargurado, refrigério; àquele que nada é, um valor inestimável em apenas ser; ao desmotivado, o prazer em servir e ao fraco... forças para que chegue ao final – vitorioso e feliz!

Os dois tipos de igreja Evangélica

         Havia há alguns anos no Brasil dois tipos clássicos de igrejas protestantes: as tradicionais e as renovadas. Conseqüentemente dois tipos de crentes: o tradicional e o renovado. O tradicional pertencente às correntes históricas do protestantismo como o anglicanismo, o presbiterianismo, batista ou metodista não cria em certas manifestações do Espírito Santo nos dias de hoje, não tolerava certos instrumentos na igreja e preferia um estilo de culto com hinário e à moda do século XIX ou ainda melhor do XVIII, ou seja, como o próprio nome diz era a tradição protestante que exercia um papel central em sua vida religiosa.
         Já o renovado rompia com as tradições, adotando músicas de louvor modernas, permitindo outros instrumentos desde a guitarra e bateria até pandeiros, atabaques, sanfonas e triângulos. Além disso, as palmas, danças e uma pregação mais espontânea entraram na liturgia do domingo. Isso tudo sem falar na ênfase dos dons de línguas, profecias e curas. Assim o renovado era aquele que tinha uma ligação com o movimento pentecostal iniciado há 100 anos nos EUA. Ele pertencia, então, às igrejas Assembléia de Deus, Pentecostal, Comunidades, e uma série de igrejas independentes que surgiram, além daquelas tradicionais que se dividiram acrescentando ao seu nome o termo “renovada”.
         Na época de minha conversão, no final dos anos 80, esses eram os dois principais tipos de igreja que percebi existirem no Brasil. Com o passar das décadas vi que duas coisas mudaram: as igrejas e eu mesmo. Assim essa divisão tão marcante pra mim se atenuou ao ponto de quase não mais existir. Um texto rico de significado e história cristã (Amazing Grace) foi postado por nosso amigo de Juiz de Fora. Ele me fez pensar novamente nessa realidade da graça de Jesus. Concordo plenamente com o Almir quando ele separa disciplina e discipulado.  Erroneamente muitos cristãos atribuem todo tipo de sofrimento à atuação do inimigo, e se esquecem que, por exemplo, foi Deus quem enviou a tempestade e o peixão para o profeta Jonas que estava deliberadamente desobedecendo ao Pai.
         Esses dias, relendo o livro de Salmos eu fiquei mais uma vez surpreso com o linguajar forte do verso 32 do Salmo 89 “Então visitarei com vara a sua transgressão, e a sua iniqüidade com açoites”. Sem dúvida é o nosso próprio Pai celestial quem nos faz sofrer, muitas vezes, para que aprendamos definitivamente lições imprescindíveis para o nosso caminhar e salvação. Se houve uma época em que Deus era visto como um carrasco cruel e todo tipo de desgraça era logo relacionado ao castigo de um Deus severo e sem misericórdia, a sociedade pulou rapidamente de um extremo para outro, onde Deus é um pai tão bonzinho que nunca se zanga, permite tudo, e não encosta se quer um dedo nos seus filhinhos (mimados). Dois livros que tratam com muita propriedade do assunto graça, nos remetendo para o equilíbrio saudável entre esses dois extremos são “Maravilhosa Graça” e “O Despertar da Graça” escritos respectivamente por Philip Yancey e por Charles Swindoll. Aliás, foram essas leituras que abriram meus olhos para a real e bíblica divisão que existe entre os cristãos: aqueles que vivem a graça e aqueles que são legalistas.
         Independente daquilo que entendemos por lei (mosaica, tradicional ou renovada), existem sempre aqueles cristãos que querem impô-la para outros. Desconsiderando a própria consciência do irmão, a competência paterna divina e o senhorio de Jesus, esses cristãos tentam assumir para si mesmos o papel de guardiães da moral. Provavelmente a melhor maneira que fazem isso é escondendo o rebanho de outros pontos de vistas (a famosa cerca legal) ou simplesmente interpretando a Bíblia a seu bel prazer, como Marcos Bomtempo escreveu esta semana. E assim forçam a barra, sobre outros crentes, querendo moldá-los à sua própria maneira de entender e vivenciar a fé cristã. Como muitos acabam caindo nessa armadilha, achando que só assim agradam a Deus, cumprindo as regras de uma rigorosa cartilha elaborada por irmãos “super espirituais”, acabam também existindo igrejas inteiras, se não denominações, que vivem de forma legalista, longe da graça divina. Esse é o primeiro tipo de igreja.
         Por outro lado existem aqueles que preferem, ainda que sob o risco de serem mal interpretados, do abuso da graça e da má fé de alguns pregarem simplesmente a graça. Esses vêem muitas vezes que esses abusos são severamente punidos pelo Pai, e por isso mesmo não se calam e alertam para a seriedade que envolve o seguir a Cristo. Todavia, somente esse cristão, que vive o verdadeiro evangelho da graça experimenta a verdadeira alegria e a segurança que ele traz, pois eles são selados com o Espírito Santo (Ef 1.13). Estes conseguem viver melhor em comunidade e desfrutar de relacionamentos sadios dentro e fora da igreja. O conjunto desses indivíduos forma o segundo tipo de igreja que, na verdade, na verdade, é o único que existe independente de serem tradicionais ou renovados.

7 de julho de 2011

Ativistas gays atacam cristãos



Desabafo de um evangélico


Pr.  Joed Venturini de Souza
         Por que será que o homossexual e a lésbica podem defender sua posição publicamente e isso é chamado de ousadia, mas se o cristão fizer o mesmo é chamado de preconceituoso, prepotente e retrógrado? Por que será que os personagens gays nos filmes e novelas são bonitos, elegantes, cultos e tolerantes, mas se o mesmo programa mostrar um evangélico, esse será feio, estúpido e supersticioso? Por que será que alguém pode falar com convicção de fadas, duendes e vampiros e é admirado por sua versatilidade, mas quando o crente fala de Deus é chamado de ignorante? Por que será que filmes cheios de erros históricos que degradam a verdade conhecida sobre Jesus são sucesso, mas quando se faz um filme que mostra o seu comprovado sofrimento isso é considerado exagero e apelo à violência? Por que será que aqueles que defendem a dissolução das famílias e fazem apologias do divórcio são vistos como progressistas, mas quando alguém mostra a verdade sobre as famílias destruídas e apela aos valores tradicionais é taxado de atrasado, medieval e saudosista? 
         Por que será que o evolucionista é tido como cientista e suas afirmações, mesmo quando as mais absurdas, nunca são verificadas até quando suas bases científicas falham, mas o criacionista é ridicularizado mesmo que apresente bons fundamentos na ciência? Por que será que quando um crime é cometido por um crente logo se acrescenta: "João da Silva, evangélico..." e não se faz o mesmo caso o perpetrante seja católico, espírita ou budista? Por que será que a escola de samba, o baile funk e o terreiro de macumba podem fazer o barulho que quiserem até o sol raiar e isso é chamado de cultura, mas se o culto demorar um pouco mais ou tiver o som mais alto há um processo e o templo corre o risco de fechar? 
         Por que será que o mundo apela para a tolerância de tudo e de todos, de religiões e costumes os mais diversos, mas quando toca ao Cristianismo se fecha em completa intolerância e preconceito? Por que será? Provavelmente é assim porque a tolerância pregada no mundo moderno é na verdade uma indiferença que demonstra falta de princípios, valores e convicções e que quer se isentar de toda responsabilidade. É no fundo uma atitude totalmente negativa de quem não sabe, não quer saber e não se importa minimamente com as conseqüências. É uma falsa liberdade para cada um se destruir como quiser.
         Criou-se o entendimento no mundo pós-moderno que não há verdades absolutas. Que cada um tem a sua verdade e pode viver segundo ela. Nada poderia ser mais falso e prejudicial ao homem. Cada um pode viver a sua verdade, mas não pode forçá-la a ser a verdade. Cada um tem a liberdade para agir como quiser, mas não pode fugir da lei da colheita, que continua inexorável: o que o homem semear, isso é o que vai colher! O homem é livre para semear milho, mas não pode esperar colher cevada ou feijão. Pode fumar o quanto quiser, mas não pode fugir do risco muito aumentado de ter um câncer. Pode destruir as famílias, mas não pode esperar encontrar crianças mais felizes e jovens mais ajustados. Pode usar as drogas que quiser, mas não é livre para escapar das consequências físicas e mentais das mesmas. Pode ser promíscuo sexualmente, mas não é livre para escapar das DST.
Resumindo: o homem é livre para viver a sua verdade, mas não vai escapar da pura verdade que é verdade quer queiramos ou não e que sempre assim será porque não depende do homem. Logo, em vez de negar a existência da verdade, a atitude mais coerente e inteligente seria procurar conhecer a verdade e experimentar, então, a verdadeira liberdade.
         Diante do discurso hipócrita do mundo, que na prática nos trata com intolerância, não é hora dos cristãos se encolherem e rastejarem para uma trincheira confortável, atrás dos bancos de nossas igrejas. Devemos ter a ousadia de, com educação, mas firmeza, declararmos nossas posições, defendermos nossos princípios e anunciarmos a verdade eterna que conhecemos e que faz toda a diferença na realidade humana. Está na hora de dizermos que Deus é real e ama a todos os homens, mas não aprova tudo que fazemos. Que como cristãos amamos os homossexuais e as lésbicas, mas que eles vivem na contramão da criação, negando o que é natural na experiência humana e que suas "opções" têm consequências graves tanto físicas quanto espirituais. Está na hora de termos a coragem de dizer que a pressão política para adotar o homossexualismo como natural é errada e perniciosa e está ajudando a destruir nossa sociedade, nossa moral e nossas famílias.
         Está na hora de afirmar que o casamento é a mais nobre instituição criada por Deus e que a família bem ajustada é a base da sociedade, onde nossas crianças poderão crescer com segurança e nossos jovens encontrarão direção. Está na hora de afirmar que a disciplina parental é urgente, necessária e indispensável. Que as crianças e adolescentes não tem estrutura psicológica e espiritual para mandar em casa e que precisam de pais presentes, amorosos e afirmativos, mas também firmes numa disciplina comedida e numa educação clara. Que nossos jovens precisam de limites para se desenvolver melhor e que aos 18 ou 20 anos os filhos não estão criados ainda e continuam precisando de amor, conselho e orientação.
         Está na hora de dizer que toda a pressão do mundo científico em prol da teoria da evolução é baseada em achados duvidosos, muitos deles já desmentidos, e que as afirmações bombásticas com que enchem a mídia é mais golpe de publicidade que verdade científica. É hora de lembrar que os maiores cientistas da história foram cristãos e que muitos dos mais renomados cientistas da atualidade, nas mais diversas áreas, são criacionistas convictos e que a posição criacionista tem larga base científica e não é o delírio de um bando de religiosos.
         Está na hora de dizer que autores sensacionalistas são na verdade apenas aproveitadores que utilizam a figura de Jesus para ganhar dinheiro de forma covarde e mesmo desprezível, inventando estórias e criando falsas teorias quando a verdade histórica de Cristo está muito bem estabelecida. É hora de lembrar que os materiais que temos em mãos sobre a vida de Cristo foram produzidos por testemunhas oculares e que nenhum outro personagem histórico tem tantas provas de sua existência e atuação quanto Jesus de Nazaré.
         Está na hora de dizer que o estereotipo de evangélico ignorante e facilmente manipulável e do pastor burlão e sem escrúpulos é isso mesmo, esteriótipos. Que as igrejas evangélicas são abertas e nelas há todo tipo de gente, desde pessoas com ausência de compromisso e total desrespeito aos princípios bíblicos, até crentes verdadeiros e sinceros, que buscam viver como Jesus viveu. É preciso afirmar que nas nossas igrejas há gente simples, mas comprometida, bem como toda gama de profissionais como advogados, engenheiros, médicos, professores, mestres universitários e juízes e que a maioria dos nossos pastores são homens sérios que dão a vida pelo bem de seus liderados. Está na hora de dizer que a Bíblia é a palavra de Deus para o homem. Que para essa fé temos provas práticas e cientificas e que as páginas da escritura têm levado vida a milhões ao longo da história. Está na hora de dizer que os erros de alguns dirigentes da igreja não invalidam seu valor como organização.
         É preciso lembrar que a igreja que tem servido a humanidade e criado instituições como hospitais, asilos, escolas, universidades, bibliotecas e outros serviços públicos. Está na hora de dizer que a oração é real e prática, que o Deus verdadeiro ouve e responde as orações e que essa é a experiência vivida por centenas de milhões a cada dia. Está na hora de exigir respeito por nossas convicções e declarar a verdade sobre os sistemas do mundo atual, que só nos levaram à corrupção desenfreada, cobiça sem limite, materialismo alienante, violência desmedida e à crise mundial. Este não é momento para hesitações e suavidades. É hora de convicção e ousadia. O mundo está perdido e sem rumo e não serão crentes imaturos e titubeantes que o ajudará a conhecer a direção.
         Somos seguidores daquele que disse ser "o caminho, a verdade e a vida". Precisamos saber quem somos e declarar a fé com a coragem que caracterizou os profetas como Elias. Diante do domínio público e político de culto a Baal, o homem de Deus ousou se levantar para dizer a verdade. Deus o honrou e até fogo choveu do céu. Não creio que isso torne a acontecer, mas serão preciso homens e mulheres que possam falar como o profeta: "Vive o Senhor, na presença de quem eu estou..." Aqueles que assim viverem irão incomodar, sofrerão intolerância, mas serão os poucos que poderão fazer uma grande diferença. 

http://joedventurini.blogspot.com/2009/08/sou-evangelico-reacao-da-igreja-e-hora.html