25 de julho de 2011

Oração: Refúgio da alma - parte 2

 

         A oração mais conhecida da Bíblia sem dúvida alguma foi a oração do Pai nosso proferida pelo Senhor Jesus. Muitos se perguntam sobre o seu real significado e relevância para a vida cristã e como devemos aplicá-las em nosso viver. É importante salientar que antes de realizar esta oração, Jesus disse: “Ao orares, não digas as mesmas coisas vez após vez, assim como fazem as nações, pois imaginam que serão ouvidos por usarem de muitas palavras” (Mateus 6:7).         O relato de Lucas difere um pouco do de Mateus. Ainda que Jesus a tenha repetido no relato de Lucas, podemos observar que Ele e seus discípulos não seguiram com tanta rigidez esta oração “modelo” em outras ocasiões. Sendo assim, Jesus nos ensinou que como podemos fazer com que nossas orações sejam aceitáveis ao Senhor e como podemos encontrar respostas básicas para coisas importantes para a vida.
         É interessante notarmos que esta oração sugere para nós, proximidade com Deus. Ela tem em seu início a expressão “Pai nosso”. Se observarmos, podemos identificar Jesus dizendo Pai nosso e não meu Pai. Isto denota o amor que Deus tem por todos nós. Se Jesus disse que ele é Pai nosso quem somos nós para continuarmos com nossas orações guetizadas, verticalizadas, individualistas e nunca comunitárias? Portanto, nossas orações devem ser feitas sempre no coletivo e nunca olhando para o nosso mundo como se fôssemos únicos no universo.
         A oração se segue dizendo “O pão nosso de cada dia nos daí hoje” Somos agitados por natureza e não conseguimos lidar com a espera, pois ela nos é inquietante e perturbadora. O grande desafio da oração é confiarmos na provisão de Deus todos os dias. Ficamos angustiados porque ficamos preocupados com o pão de amanhã sem se quer termos nos alimentado do pão de hoje. O procedimento e o conselho de Deus para nós é: não nos preocuparmos com o dia de amanhã. Por isso devemos pedir o pão em cada dia. A idéia de pão neste texto é muito mais do que comer. O sentido é muito mais amplo do que podemos imaginar. Pão significa comida, mas também forças para continuar a jornada do trabalho, a luta pela vida em meio a tantas injustiças, a força de Deus em podermos trabalhar, etc.
         Outro fator importante na oração é: “Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam” Quando nos deparamos com o assunto do perdão ficamos na defensiva e invariavelmente temos muita dificuldade em perdoar. No relato de Lucas 11:4, as “dívidas” se referem aos nossos pecados. Na lógica do Reino de Deus, se somos perdoados por Jesus, devemos seguir o exemplo do mestre em aprendermos a perdoar assim como ele nos perdoou também. Em Salmos 86:5 lemos: “Tu, ó Senhor, és bom e estás pronto a perdoar; e é abundante em benevolência para com todos os que te invocam”. Como é maravilhoso sabermos que o nosso Deus está sempre apto pra nos perdoar e nos encher com sua graça.
         A oração que Jesus nos ensinou, vai caminhando para o seu fim de forma poética em nossos corações. O Senhor não nos abandona no pecado e muito menos nos coloca nele como muitos pensam no momento da dor. O Cristo ressurreto não precisa colocar-nos no pecado para demonstrar a sua glória e o seu poder para nós. Ele é o Deus de infinitas misericórdias e sua graça permanece eternamente. E ele sempre está no controle de tudo e nada foge do seu domínio.
         Sendo assim, nesta oração aprendemos que podemos sim, ter a liberdade de chamar o nosso Criador de Pai, e muito mais do que isso, de nosso Pai. Observamos nesta oração um convite profundo do mestre do amor em nos levar em unidade na diversidade através desta oração tão singela e profunda que Cristo nos ensinou. Que verdadeiramente o seu Reino esteja no meio de vós. Amém.
Marco Carvalho

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