8 de março de 2014

Dia internacional da mulher: O que comemorar?



Não pretendo aqui descrever os meandros sobre a história do dia internacional da mulher que é cheio de controvérsias. Entretanto, já que este dia faz parte do nosso calendário, não posso silenciar-me diante de tantas atrocidades que ocorrem às mulheres no mundo inteiro e que de alguma maneira procuramos esconder neste dia tão comercial e alienante. O que mais vemos nesta data são frases prontas para as mulheres e quase sempre as apresentando como super qualquer coisa. Não é verdade? É triste notarmos que a grande maioria destas frases só reforçam os estereótipos femininos, agravam o machismo em suas variadas vertentes e empobrecem o debate de ideias sobre a situação real das mulheres.
Não é difícil perceber nos ambientes sociais o quanto que precisamos nos engajarmos nesta luta feminina por maior dignidade, igualdade de oportunidades e acima de tudo respeito. É lamentável que em pleno século XXI, as mulheres ganhem menos que os homens ainda que exerçam a mesma função. Precisamos desconstruir diversos mitos sobre o “papel” da mulher na sociedade. Quem disse que lugar de mulher é na cozinha? Que elas são do sexo frágil? Que são heroínas? Que só servem para gastar? Que usam roupas para outras mulheres e não para o homem? Que precisam ser excelentes donas de casa? Bem, poderia enumerar um monte de bobagens como essas, porém, repetir este mantra quase que religioso não produz vida e liberdade às mulheres, ao contrário, só aumentam a pressão psicológica de se manterem esteticamente lindas e sem “defeitos”.  As indústrias de beleza vendem a ideia do não envelhecimento feminino a qualquer preço. São os mais variados métodos que procurar retardar o processo natural da vida pra todos nós. Com isso não estou dizendo que cuidar-se não seja algo importante, porém os exageros em nome de um padrão estético não são salutares. Bancar a supermulher pode ser muito prejudicial à saúde. Pensem nisto!
Nesta data as lojas de roupas, flores, bombonières, perfumarias e afins faturam muito. E boa parte de nós entramos nesta histeria consumista de apenas neste dia presentearmos as namoradas, esposas, mães, filhas, sobrinhas, etc. com aquilo que é derivado e não à fonte de todas as coisas. Perdemos uma grande chance de repensarmos como os homens devem se portar diante de tamanha desigualdade que ainda acontece contra as mulheres que também são imagem e semelhança de Deus. É inadmissível que tenhamos estatísticas tenebrosas sobre violência doméstica no Brasil e fiquemos anestesiados por esta data sem discutirmos sobre o assunto em nossas igrejas. O nome disto é pecado. Em Gálatas 3:28 o apóstolo Paulo nos dá uma lição sobre como devemos enxergarmos uns aos outros. Assim diz o texto: “Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus”. O Texto trata de três âmbitos em que muitas mulheres ainda sofrem preconceito: O religioso, o sociológico e o de gênero. Que o nosso Deus nos liberte destes males!

Pr. Marco Carvalho