11 de julho de 2014

FUTEBOL E POLÍTICA NO JOGO BRASIL E ALEMANHA




 Acho que esta canção do Ultraje a rigor elucida bem o que foi o jogo. Juro que tentei não comentar a derrota vexatória da seleção brasileira na terça-feira. Entretanto, não pude me conter de procurar buscar algumas respostas para o resultado, desta que foi a pior derrota do Brasil em copas do mundo. Acredito que todos que estavam assistindo a partida ficaram chocados com a atuação pífia da seleção.
Após a humilhante derrota, procurei assistir como de costume as entrevistas coletivas do Felipão e Parreira, e as observações de diversos comentaristas esportivos nos mais variados canais de TV. Fiquei impressionado com a forma que foi tratado o resultado por aqueles que comandaram nossa seleção nesta copa. Vi uma arrogância sem limites e uma postura de que o ocorrido foi "apenas" um acidente.
De acordo com eles o trabalho foi bem feito e a seleção estava perfeita até o jogo contra a Alemanha. Porém, qualquer torcedor que tenha um pouco de bom senso irá concordar que em nenhum momento o Brasil empolgou ou realizou uma partida digna de pentacampeã. Talvez, com exceção do 1º tempo contra a Colômbia nas quartas de final.
Depois do jogo contra a seleção alemã, fiquei refletindo sobre a relação desta partida com o Brasil e os seus desdobramentos políticos. Vamos aos fatos:
1.  O que se viu desde o início da copa, foi uma seleção extremamente nervosa e emocionalmente sem equilíbrio. Percebi muito mais coração do que razão. Infelizmente, acontece assim também na política brasileira e com muitos eleitores. O coração na hora de realizar suas escolhas fala mais alto em detrimento da razão. Bons projetos são substituídos por mimos que encantam os corações que aprisionam a mente em gaiolas que as impedem de agir racionalmente.
2.  A seleção alemã repensou seu futebol desde a derrota para o Brasil em 2002. Ficou evidente que o futebol alemão cresceu e evoluiu muito nos últimos 10 anos. A sua liga de futebol é uma das mais organizadas e fortes do futebol europeu. Enquanto isso, os nossos campeonatos são cada vez mais vazios e desorganizados. O futebol brasileiro na última década só vem decaindo e se tornando improdutivo. A prova disto foi visível nesta copa. Seleções com pouca ou nenhuma expressão no cenário mundial nos deram um banho tático de organização. Vide: o Chile, a Costa Rica, a Colômbia, o Estados Unidos, etc... Todas essas seleções cresceram em seu futebol. Assim é na política brasileira. Não existe planejamento e continuidade de trabalho de um governo para o outro. Tudo é feito no improviso.
3.  Enquanto na seleção alemã vimos um futebol coletivo. Na seleção brasileira depositávamos nossa esperança num único jogador para resolver tudo. Assim, também é na política de nosso país. Muitos depositam a resolução dos problemas numa figura quase que messiânica que sempre surge em época eleitoral.
4.  A falta de foco na nossa seleção ficou evidente. Todos tinham acesso a concentração Brasileira. Na concentração alemã apenas uma folga foi dada. Eles estudaram seus adversários procurando encontrar seus pontos fracos e fortes. A impressão que tive é que nossa seleção não conhecia bem o seu adversário. Visto a escalação feita por nosso técnico. Na política não é muito diferente. Os eleitores não conhecem seus candidatos e se deixam levar por um conhecimento superficial do mesmo. Os resultados são sempre desastrosos.
5. Enquanto o futebol mundial e os técnicos estudam sobre tática, planejamento, organização e aprimoram suas seleções, os nossos técnicos continuam com uma mentalidade antiga e amadora. Na política não tem sido diferente. Existe um amadorismo gritante por muitos políticos na condução de nosso país. Palavras como: planejamento, organização, seriedade, responsabilidade são inexistentes por muitos deles.
            Que esta derrota no futebol não nos faça perder o foco e que saibamos discernir os discursos políticos em ano eleitoral. Oremos por nosso país para que vivamos um período de mudanças em nossa mentalidade do improviso e do famoso jeitinho brasileiro.
Pr. Marco Antônio Carvalho

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