17 de julho de 2012

Nada de novo no mundo político

       No último domingo o programa jornalístico fantástico da rede globo apresentou uma reportagem "bombástica" com Rosane Collor a ex-esposa do ex-presidente Fernando Collor. Acredito que muitos como eu aguardavam revelações que pudessem contribuir para o esclarecimento de uma das maiores vergonhas da política brasileira. Ledo engano. O que pude assistir foi aquela sensação de reportagem chapa-branca da Tv globo e que o intuito da entrevistada era exclusivamente vender e anunciar o lançamento de seu livro.
         Em seu discurso nada do que ela disse foi realmente importante para desvendar assuntos controversos que ocorriam em Brasília e na famosa casa da Dinda.  Ela estava mais preocupada em aparecer e falar sobre o seu livro do que outra coisa. Nada foi dito sobre a misteriosa morte de PC Farias, sua esposa e de seu cunhado. A sra. Rosane não trouxe nenhuma novidade que pudesse contribuir com novas investigações sobre o período em que seu ex-marido esteve como presidente de nosso país. Como ela poderia denunciar alguma coisa se a mesma foi cumplíce de toda a corrupção que aconteceu?
        O que vimos em cadeia nacional foi uma mulher que aproveitou a mídia global a seu favor para pedir descaradamente seus direitos de pensão. De uma coisa podemos ter certeza. Não existem inocentes nesta história trágica que abalou nosso país a mais de 20 anos. Quantos trabalhadores perderam dinheiro e tiveram seus bens confiscados e que nunca mais terão seus direitos assistidos.Com esse modelo político onde o coronelismo ainda impera e decide quem ganha em nosso país, continuaremos a assistir esses políticos corruptos retornando ao congresso e se reelegendo continuamente. Enquanto não houver uma reforma política no Brasil e que de fato privilegie a democracia e não a aristocracia política de nossa nação, o que veremos são essas manobras midiáticas para entenebrecer os olhos e a mente dos incautos com discursos fascistas e com uma ideologia demagoga.
        A única coisa nova nesta "reportagem" foi vê-la dizendo que agora se converteu ao evangelho. Só o tempo dirá se de fato ela nasceu de novo. Provavelmente ela deve estar dando testemunhos nas igrejas e lotando algumas comunidades de fé com sues testemunhos. Não se assustem se em breve ela se tornar pastora. Espero que neste ano eleitoral os evangélicos teram maturidade em saber escolher os próximos governantes que terão a responsabilidade de elaborarem leis que possam beneficiar os cidadãos e não segmentos específicos ou guetos sociais. Que Deus tenha misericórida de nós.

Marco Carvalho

4 de julho de 2012

(In)Certezas num mundo sem Deus

   

         O mundo em que vivemos parece estar de pernas para o ar. Tantas coisas acontecendo ao nosso redor que sequer paramos para sentar com nossas famílias para desfrutarmos das refeições diárias que fazemos. O que deveria ser um momento de comunhão e partilha entre a família, muitas vezes se torna um ritual vazio e mecânico de saciar o desejo da fome e nada mais. As conversas realizadas na sala ou na mesa de jantar praticamente estão extintas dos lares. O que se vê nos novos modelos familiares é o retrato de nossa sociedade contemporânea. Observamos pessoas cada vez mais individualistas, egocêntricas, solitárias e vivendo para seu próprio deleite em detrimento da coletividade.
         Os momentos de refeições nos lares viraram reuniões para satisfazer a fome. Não se percebe mais o aroma do café, as cores das frutas, o sorriso dos filhos, o abraço dos pais, o beijo dos avós e a benção de Deus de sentar-se para comer. Entendo que muitas famílias em nosso país não podem usufruir desta dádiva, não por causa dos seus pecados, mas devido as perversidades dos homens em institucionalizar a iniquidade em nosso país com o intuito de angariar votos nas eleições. O que precisamos celebrar nas refeições não é propriamente a comida que podemos ter ou não ter, porém, a beleza de vivenciarmos uma espiritualidade sadia com o simples acordar e agradecer pela graça de Deus de olharmos para nossa família e termos a convicção de que dias melhores virão.
        Nos evangelhos encontramos Jesus em muitos relatos sentado a mesa comendo e bebendo com as pessoas, a tal ponto dele ser chamado de comilão e beberrão por seus opositores. Encontramos em Jesus um belo exemplo de como devemos vivenciar nossos encontros de refeição em nosso lar. Nesses encontros de comensalidade podemos nos surpreender com os gestos singelos e ao mesmo tempo espirituais que Jesus dava no simples ato de comer. Comer era uma celebração de vida e comunhão na cultura judaica. Precisamos resgatar este mesmo sentimento em nossas alimentações diárias que realizamos, se quisermos de fato mergulharmos na intimidade do outro e conhecê-lo de verdade. Quantos lares hoje em dia em que as pessoas parecem estranhas uma das outras mesmo morando na mesma casa?
       A tecnologia ao invés de aproximar as pessoas num relacionamento mais íntimo, ela tem proporcionado o sentido inverso. Cada dia que passa, os relacionamentos estão ficando frios, superficiais e sem significado. As famílias almoçam e jantam em cômodos separados e cada qual em silêncio e ocupados com seus afazeres sem importar-se com o outro. A falta de diálogo em família é um grande dificultador na solução de problemas que poderiam ser evitados se houvesse relacionamento dentro de casa.
        A sociedade pós-moderna com seu relativismo tem gerado lares distanciados das coisas simples da vida e contribuído para difundir aquilo que de pior existe no ser humano que é a indiferença. Tem nos faltado sensibilidade com a vida e temos nos tornado mecânicos nos relacionamentos e não buscamos o aprofundamento nos diálogos, pois, tal coisa implica em abrir-me em direção ao outro e estar disposto a desconstruir mitos e mecanismos de defesa que minha mente cria consciente ou não para evitar que minhas fragilidades sejam descobertas e assim me mostre fraco. Numa sociedade capitalista e consumista como a nossa, mostrar-se fraco e dependente é cometer suicídio e ser considerado um excluído social.
       Entretanto a proposta do evangelho é uma resposta contrária a essa lógica predatória e iníqua que tem gerado mazelas sociais, emocionais, existenciais e espirituais em todas as esferas da sociedade. No texto de filipenses 2:5-11, encontramos um dos relatos mais sublimes do redentor em revelar-se como um de nós e de estar sujeito a todas as contradições humanas com seus paradoxos e perplexidades. Verdadeiramente, podemos afirmar que Ele sabe o que é ser um de nós. Estar limitado a tempo e espaço, a dor, ao sofrimento, ao choro, a alegria, as lágrimas e a morte. Sim! Ele morreu e experimentou aquilo que mais nos amedronta e para o qual não fomos destinados a conhecer. Que possamos agir com uma mentalidade cristã e apresentarmos um caminho seguro neste mundo cheio de incertezas.

Marco Carvalho