16 de junho de 2011

O tempo e a vida


            Um dos grandes espetáculos da criação divina é sem sombra de dúvida o dom da vida, que continua sendo um dos grandes enigmas da humanidade. Desde os primórdios têm-se gerado debates acalorados sobre a vida e o motivo de estarmos aqui. A vida é com certeza um dom reservado para tudo o que existe no universo. A grande questão é: como viver essa vida apesar de sabermos da sua brevidade? Não conseguimos administrá-la como gostaríamos e nos perdemos em nossas realizações pessoais e colocamos a culpa no tempo.
            Precisamos resgatar a beleza de viver cada dia o seu mal como diz o texto bíblico. Por isso Sêneca vai dizer que: “Pequena é a parte da vida que vivemos. Pois todo o restante não é vida, mas tempo”. E que tempo é este que temos vivido? Em nossa existencialidade não podemos nos esquecer da transitoriedade do tempo. Pois muitas vezes somos prisioneiros dele ainda que precisemos dele. Acredito que deva ser um mal necessário. Por isso nos angustiamos tanto com este tempo que não nos dá tempo... de viver, de sorrir, de sonhar, de plantar, de colher, de esperar,  de chorar, de sorrir, etc.
            Nossa vida é passageira e pode ser representada como numa grande tela branca, onde podemos pintar e colorir nosso percurso enquanto aqui vivermos. No palco da existência não há espaços para representações ou imitações que advém de nossa incapacidade de lidarmos com o inesperado e o súbito. Nestes momentos em que o tempo e vida se cruzam em nosso caminhar vemos o quão finitos que somos e o quanto que vale a pena saber viver a vida.
            Acredito que o tempo e a vida não sejam inimigos, mas sim aliadas no processo de construção do ser. Ainda que os percalços do dia a dia nos levem a pensar que estes dois elementos sejam paradoxais, a proposta de Jesus no sermão do monte nos remete a olharmos para os lírios do campo. É interessante notarmos que no campo não estaremos ilesos aos problemas e desafios que a vida e o tempo nos colocam, pois nos campos encontramos predadores, ervas daninhas, aves de rapina, o calor escaldante, o inverno incessante. Contudo, neste mesmo local onde a brevidade e o tempo se encontram, surgirão novas realidades e possibilidades de beleza e de enxergármos o mundo a partir da ótica de Jesus que diante de um riquíssimo leque de sentimentos que a vida nos impõe, tais como o egoísmo, o materialismo, a pretensa religiosa, a soberba, a altivez, há sempre a chance de cultivarmos o belo, o frutífero, o substancial, o edificante. Soli Deo Glória.
Marco Carvalho

2 comentários:

  1. bem... não é fácil ter o controle do tempo... às vezes fazemos uma rápida atividade e quando se ver o tempo já passou... quando mais o tempo passa mais rápido ele passa... esse fato só afirma seu argumento de que a vida é passageira... não podemos mas ficar passar o tempo... não temos tempo pra perder tempo.

    ResponderExcluir
  2. É verdade Kaio. Por isso devemos otimizar nosso tempo e sabermos lidar com a brevidade do mesmo.
    Um abraço. Marco Antônio

    ResponderExcluir