17 de junho de 2011

Idas e Vindas

            Nos evangelhos é fácil notarmos os caminhos e descaminhos de homens e mulheres que ao longo de suas jornadas encontraram com Jesus, o Messias. Percebemos também, o mestre indo por todas as cidades fazendo o que ele tinha de melhor, que era ouvir as pessoas e sentar-se com elas para compartilhar de um tesouro inimaginável. Ele compartilhava do Reino de Deus e de sua justiça com os que viviam à margem de seu mundo e sem perspectiva que algo de bom acontecesse. Que bom que o mestre muda seu caminho para se encontrar com o outro e faz destas escolhas momentos marcantes em nossas vidas.
            Nesta dinâmica de vida, Jesus tem algo a nos ensinar e que de certa forma nos inquieta grandemente. A sua fantástica percepção em ouvir o não dito, de falar o não escutável e de sensibilizar-se com as perplexidades humanas. Ele tinha sabia ler nas entrelinhas do ser e não se prendia aos preceitos dos homens que “detinham o saber de Deus”. Penso na frase de Martin Luther King quando disse: “O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons." Jesus quebrou o silêncio e falou com uma profundidade jamais vista sobre as idas e vindas do ser humano na busca de encontrar-se com seu criador.
            Quantas vezes nos encontramos com se andássemos e não chegássemos a lugar algum. É como se nunca tivéssemos partido de onde nos encontrávamos e talvez por isso nos sintamos angustiados e reféns das nossas indagações. Acredito que este seja o grande mal da sociedade contemporânea, o medo de não conseguir voltar ainda que o mesmo não tenha ido. A proposta de Jesus nos é perturbadora porque ele não tinha uma agenda pré-montada para onde deveria ir ou vir. Ele, ainda que fosse Deus não se colocou como tal para anular sua humanidade e a própria história. Fica o desafio para aqueles que têm em Jesus o seu maior exemplo para ser imitado em suas facetas, ainda que elas nos levem a um caminhar aparentemente sem direção.
                                                                                                                                    Marco Carvalho

2 comentários:

  1. " Acredito que este seja o grande mal da sociedade contemporânea, o medo de não conseguir voltar ainda que o mesmo não tenha ido." É realmente um desafio, mas a verdade é que ele chama e quando chama tudo parece mais fácil, as dificuldades são as mesmas, porém a nossa forma de enfrenta-las muda drasticamente. Muito bom texto

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  2. É verdade meu amigo. Que Deus o abençoe.

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