Essa tem sido a pergunta corriqueira quando nos deparamos
numa conversa sobre religião. No Brasil já ficou praticamente estabelecido três “verdades”: política, futebol e religião não se discute. Será? Se essa premissa for verdadeira como ficam o papel missionário das igrejas e a pregação do evangelho? É importante notarmos que o cristianismo não é apenas uma questão de sentir, mas, também de pensar a fé que professamos (Ler o excelente livro de John Stott - Crer, também é pensar). As grandes doutrinas da fé cristã surgiram de perguntas que foram feitas ao longo das escrituras por homens e mulheres que queriam conhecer à Deus. No evangelho de João capítulo 3 temos um exemplo disto. Jesus mostra para Nicodemus a importância dele nascer de novo. Aqui temos duas doutrinas preciosas da fé cristã (Regeneração e arrependimento).
Entretanto, a mentalidade pós-moderna é relativa e tem ojeriza aos absolutos. Em nome da pluralidade religiosa os cristãos do mundo inteiro são desafiados em sua teologia a apresentar uma resposta às perguntas que são feitas por céticos, incrédulos, místicos, religiosos, ateus e cristãos sinceros. Não seria uma intolerância do cristianismo arrogar para si como única detentora da verdade em um mundo tão plural? Será que Jesus é o único caminho para a salvação? Um Deus bondoso lançaria pessoas ao inferno? E as outras religiões mais antigas que o cristianismo? Não seriam uma resposta plausível aos questionamentos da pós-modernidade?
Se todos os caminhos nos conduzem a Deus, como analisar pontos tão divergentes sobre o mesmo assunto nas religiões em relação as doutrinas básicas da fé cristã? Por exemplo: Salvação, Deus, Jesus Cristo, Espírito Santo, O Homem, Pecado, etc. Vejamos essas três religiões abaixo:
Mormonismo (Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos
Últimos Dias): Deus é um homem evoluído; Jesus é irmão de
Lúcifer; o homem poderá evoluir até se tornar um deus; o Livro de Mórmon,
Pérola de Grande Valor e Doutrinas e Convênios compõem um complemento da Bíblia
e são a base doutrinária do Mormonismo; a salvação só poder ser encontrada no
Mormonismo.
Budismo: Nega que Deus (ou deuses – já que não enxerga Deus
como o Cristianismo bíblico) possa interagir com o homem, ou seja, é uma
divindade impessoal, chegando ao ponto de negar a existência de um ser divino;
a realidade não passa de uma grande ilusão; a vida do homem é apenas
sofrimento, ou seja, viver é sofrer; “salvação” é tão somente se libertar dos
ciclos de reencarnação (ao atingir o Nirvana).
Kardecismo (Espiritismo de Mesa Branca /
Espiritismo Científico): Jesus foi um espírito puro, um médium. O Espírito
Santo (o Consolador prometido por Jesus em João 16.7) é a própria doutrina
codificada por Allan Kardec, ou seja, o Espiritismo é o Consolador; fora da
caridade não há salvação (evolução, fim das reencarnações, estágio de pureza de
espírito); a Bíblia não é a Palavra de Deus e a reencarnação é o meio pelo qual
Deus aplica Sua justiça.
Percebem o quão falacioso é pensarmos que todas as religiões levam ao mesmo Deus? Caminhos diferentes nos levam a lugares diferentes. O teólogo anglicano Alister Mcgrath diz: "Crer em Jesus Cristo não significa apenas amá-lo, adorá-lo ou confiar-se a ele. É crer em certas coisas bem definidas a seu respeito, as quais fundamentam e justificam esse amor, adoração e confiança nele".(Apologética para o séc. XXI - pág. 9).
No próximo post continuamos o assunto.
Pr. Marco Antônio
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