5 de julho de 2011

Caminhos do Coração


       A jornada da vida tem sido cada vez mais difícil em nossos dias. A agitação das grandes metrópoles tem nos feito reféns de nós mesmos e de todo um sistema que se alimenta da miserabilidade humana. A busca por soluções rápidas para solucionar os ditames da vida, tem gerado homens e mulheres emocionalmente fragilizados e sem perspectiva de existencialidade.
      Ainda que tenhamos saído do século XX para o XXI, carregamos dentro de nossa bagagem algumas mazelas do século passado e novos problemas do século presente. Se antes fomos extremistas em relação ao uso da razão como medida para todas as coisas, hoje enfrentamos a transição da razão para a emoção/intuição. Não que essas mudanças sejam em si um mal, mas, quando não equilibradas podem gerar algumas dificuldades no gerenciamento das emoções.
        Nossa sociedade está em meio a um deslocamento cultural de proporções gigantescas, e nem sempre parece estarmos atentos a estas mudanças que estão ocorrendo. Ainda que tenhamos todo tipo de tecnologia, homens e mulheres continuam buscando sentido para suas vidas e tentando compreender a razão de seu vazio existencial.
         A necessidade da falta é a mola motriz de continuarmos a caminhada de busca do ser. Os tempos mudaram, e consequentemente a sociedade também acompanha estas mudanças em maior ou menor escala. Entretanto, o coração do ser humano tem estado cada vez mais fragilizado com tamanha falta de amor ao próximo. Quantos não são os corações de homens e mulheres que tem sido afetado com diversas doenças “modernas”?
        O mundo concorrido em que vivemos tem criado literalmente uma caça predatória de valores, ética, princípios, numa velocidade em que não temos conseguido dar conta. A competição, a busca pelo poder, o status social e a manutenção do status quo proliferam no mundo globalizado. A sociedade está doente.
     Num mundo em que a perversidade tem reinado, somos convidados por Jesus a olharmos para “os lírios do campo” e a contemplarmos a vida por uma nova percepção nunca antes vista por homem algum. Os lírios simbolizam o novo, a vida, o belo e um novo sentido de ser. Isto é confirmado por Paulo quando diz que “somos nova criação” Esta nova humanidade em Deus é a resposta para nossas crises existenciais. O que não significa dizer que não teremos que lidar com a falta, porém, enxergaremos nossas vidas com lentes não turvas, e isso fará toda a diferença no caminhar.
         No sermão da montanha todos são convidados a repensarem suas vidas sob a ótica de Jesus. No texto percebemos que Deus sabe das nossas necessidades básicas para nossa sobrevivência. Se compreendermos que cada espaço que temos em nosso coração, podem ser supridos pela graça de Deus, colocaremos sobre Jesus nossa integralidade diante dele e saberemos que no kairós de Deus o nosso coração não estará tão fragmentado pelas mazelas que nós mesmos criamos enquanto sociedade. Shalom!
Bel. Marco Carvalho





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