Precisamos encontrar amigos nas horas de tempestades para que não fiquemos isolados como em uma ilha sem ter com que contar e compartilhar nossas dores e sofrimentos existenciais. Que sejamos brisas que toquem no outro e produzam paz e frescor em rostos tão marcados pelos infortúnios da vida. Perdoar não é esquecer, mas lembrar-se do passado sem dor. Muitos de nós não perdoamos por pensarmos que iremos aliviar a bagagem de quem foi ferido, mas na verdade o perdão não é um favor que fazemos ao outro, mas a nós mesmos.
Na dinâmica de uma espiritualidade reconciliadora, perdão e ternura devem estar lado a lado numa busca central de entrega ao próximo. Assim como Cristo foi devemos ser também. Acredito que a ternura tem cor e a sua ausência tem nos tornado sem vida e vazios na interioridade humana. A ternura é sem dúvida um lindo sentimento, repleto de flores coloridas e cada uma com suas cores, fazem deste lindo sentimento, um grande jardim de múltiplas pétalas de flores coloridas, cada qual com sua qualidade. E neste imenso jardim de nossas existências somos chamados para amarmos uns aos outros, como Cristo nos ensinou a amar. Quem sabe estejamos precisando somente de um toque que inunde nossa alma e desnude nosso ser para dar-nos um sentido de viver. Se você se sente assim não tenha medo, pois o Homem das dores nos oferece abrigo em nossas viagens tortuosas que enfrentamos e senta-se conosco para partilhar do pão que alimenta nossa alma e depois de cear Ele nos convida a celebrarmos o perdão e a ternura entre homens e mulheres que carecem de sua infinita graça.
Marco Carvalho
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