3 de março de 2015

Tráfico classe alta - Consumismo desenfreado cria geração sem limites

Texto muito elucidativo do jornalista Carlos Alberto di Franco. Transcrevo-o na íntegra abaixo.

Consumismo desenfreado cria geração sem limites

Engana-se quem pensa que tráfico de drogas é exclusividade dos morros, das favelas e das periferias excluídas. Não é de hoje que jovens de classe média e média alta frequentam o noticiário policial. O novo mapa do crime transita nos bares badalados, vive nos condomínios fechados, estuda em colégios e universidades da moda e desfibra o caráter no pântano de um consumismo descontrolado.
O tráfico oferece a perspectiva do ganho fácil e do consumo assegurado. E a sensação de impunidade — rico não vai para a cadeia — completa o silogismo da juventude criminosa. A delinquência bem nascida mobiliza policiais, psicólogos, pais e inúmeros especialistas. O fenômeno, aparentemente surpreendente, é o reflexo de uma cachoeira de equívocos e de uma montanha de omissões. O novo perfil da criminalidade é o resultado acabado da crise da família, da educação permissiva e do consumismo compulsivo.
Os pais da geração transgressora, em geral, têm grande parte da culpa. Choram os desvios que cresceram no terreno fertilizado pela omissão. É comum que as pessoas se sintam atônitas quando descobrem que um filho consome drogas. Que dirá, então, quando vende. O que não se diz, no entanto, é que muitos lares se transformaram em pensões anônimas e vazias. Há, talvez, encontros casuais, mas não há família. O delito não é apenas o reflexo da falência da autoridade familiar. É, frequentemente, um grito de revolta. Os adolescentes, disse alguém, necessitam de pais morais, e não de pais materiais.
Teorias politicamente corretas no campo da educação, cultivadas em escolas que fizeram a opção preferencial pela permissividade, também estão apresentando um perverso resultado. Uma legião de desajustados e de delinquentes, crescida à sombra do dogma da tolerância, está mostrando suas garras. Gastou-se muito tempo no combate à vergonha e à culpa, pretendendo que as pessoas se sentissem bem consigo mesmas. O resultado é toda uma geração desorientada e vazia. A despersonalização da culpa e a certeza da impunidade têm gerado uma onda de infratores e criminosos. A formação do caráter, compatível com o clima de verdadeira liberdade, começa a ganhar contornos de solução válida. É pena que tenhamos de pagar um preço tão alto para redescobrir o óbvio: é preciso saber dizer não!
Impõe-se um choque de bom senso. O erro, independentemente dos argumentos da psicologia da tolerância, deve ser condenado e punido. Chegou para todos, sobretudo para os que temos uma parcela de responsabilidade na formação da opinião pública, a hora da verdade. É necessário ter a coragem de dar nome aos bois. Caso contrário, a delinquência enlouquecida será uma trágica rotina. Colheremos, indefesos, o amargo fruto que a nossa omissão ajudou a semear.
O consumismo desenfreado, tolerado e estimulado pelas famílias, produz uma geração sem limites. O desejo deve ser satisfeito sem intermediação do esforço e do sacrifício. As balizas éticas vão para o espaço. A posse das coisas justifica tudo. É uma juventude criada de costas para trabalho. O fim da história não é nada bom.

Carlos Alberto Di Franco é jornalista

fonte: http://oglobo.globo.com/opiniao/trafico-classe-alta-15464719

27 de fevereiro de 2015

Cultivando uma vida espiritual saudável

TEMA: CULTIVANDO UMA VIDA ESPIRITUAL SAUDÁVEL
TEXTO BÍBLICO: 1ª Ts 5:12-22
INTRODUÇÃO:

Por que Paulo escreveu esta carta? De acordo com alguns estudiosos por dois motivos principais. Em primeiro lugar, Paulo tinha o interesse de assegurar aos tessalonicenses o seu amor e interesse por eles. Afinal, Paulo havia deixado a cidade às pressas durante a noite e não desejava que imaginassem que os havia abandonado. O segundo motivo é que os inimigos de Paulo estavam atacando seu caráter e dizendo aos recém-convertidos que seu líder era, na verdade, um charlatão que pregava a religião só para ganhar dinheiro (1ª Ts 2). As cartas escritas por Paulo às Igrejas sempre tentavam responder às perguntas que surgiam das comunidades. Sendo assim, a carta de 1ª Ts não é diferente. 
COMO CULTIVAR UMA VIDA ESPIRITUAL SAUDÁVEL?
I – NUTRINDO UM BOM RELACIONAMENTO COM A LIDERANÇA (V.12,13)
II – SENDO UM INSTRUMENTO DE DEUS PARA A EDIFICAÇÃO DA IGREJA (V.14)
III – VIVENDO UMA ESPIRITUALIDADE BÍBLICA SADIA (V.15-22)
Que amemos cultivar nossa vida de comunhão com o nosso Deus diariamente. Que Deus nos abençoe.

Marco Carvalho

Teologia e Espiritualidade para um ministério saudável


SERMÃO DE ABERTURA DO SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA DE AGOSTINHO PORTO 
TEMA: TEOLOGIA E ESPIRITUALIDADE PARA UM MINISTÉRIO SAUDÁVEL
TEXTO BÍBLICO: Tito 1.1-4
INTRODUÇÃO:
             Vivemos num mundo marcado pelos efeitos noéticos do pecado. Nesta sociedade cada vez mais líquida conforme diz o sociólogo Zygmunt Bauman, as relações estão sem fundamentos coerentes. E obviamente que a igreja também é mergulhada neste mundo místico e pseudo-intelectual onde a palavra de Deus tem sido solapada de muitos seminários. Em muitos contextos a assim chamada casa dos profetas tem se tornado um covil de ladrões da alma e da esperança de muitos vocacionados(as) que se deparam com verdadeiros cemitérios ao invés de seminários.
O subjetivismo e o existencialismo do homem pós-moderno teimam em infiltrar-se na mente e no coração dos desavisados que no alto de sua arrogância pensam ter descoberto a pólvora. Entretanto, somente a palavra de Deus pode alcançar a mente humana e discernir nosso coração enganoso por novidades teológicas que encantam o nosso ego mais pouco falam ao coração da congregação. Amém.
De acordo com alguns estudiosos, essa é uma das cartas pastorais escritas pelo apóstolo Paulo. É também a mais breve delas. As cartas pastorais são orientações práticas do veterano apóstolo aos seus filhos na fé, Timóteo e Tito, ensinando-lhes a maneira certa de agirem à frente da igreja de Deus, como representantes do apóstolo e pastores do rebanho. Quanto à epístola de Paulo a Tito, John Stott diz que a ênfase dessa carta é a doutrina e o dever nas três esferas que atuamos: a igreja, a família e o mundo.
Esta carta é importante para nossa reflexão hoje porque infelizmente existem muitos pastores(as) perdidos e confusos no ministério. Alguns estão cansados da obra e na obra, enquanto outros vivem na indolência sem se afadigar na Palavra (IªTm 5.17), sem vigiar o rebanho e sem apascentar com conhecimento e inteligência o povo de Deus (Jr 3.15).
A carta não foi dirigida apenas a Tito, mas a toda a igreja cretense. O fato de Paulo fazer uma síntese da mensagem apostólica logo na introdução deixa claro que sua epístola foi dirigida não apenas a Tito, mas também às igrejas da ilha de Creta. Para o teólogo William Hendriksen, por sua vez, diz que a introdução de Paulo está em total conformidade com o caráter e o propósito da epístola, uma vez que a sã doutrina caminha de mãos dadas com a vida de santificação e a realização das boas obras.
O meu desejo nesta noite é mostrar através do texto que iremos expor que teologia e espiritualidade devem se casar e não divorciar-se no labor teológico dos vocacionados(as) por Cristo e que se quisermos ter um ministério saudável precisaremos nos submeter ao crivo das escrituras como alicerce em nossos ministérios.

Para um ministério ter uma teologia e espiritualidade saudável é preciso...
I – RECONHECER QUE TODOS SOMOS SERVOS(as) DE DEUS (v.1a)
II – ENTENDER QUE O NOSSO CHAMADO DEVE TRAZER MATURIDADE AOS ELEITOS (v.1b)
III – PRODUZIR UM PLENO CONHECIMENTO DA VERDADE DE DEUS (v.1c)
IV – CAMINHAR EM UMA VIDA PIEDOSA (v.1d)

Que Deus nos abençoe!
Marco Carvalho

7 de janeiro de 2015

APOSTA NA FAMÍLIA

Ótimo texto deste colunista do jornal O Estado de São Paulo.



Crianças criadas fora do casamento tendem mais a abandonar a escola e usar drogas
A família tradicional nos EUA está em crise. Menos da metade dos lares americanos é chefiada por casais casados. No Brasil, embora em escala menor, a situação não é menos chamativa. O mapa da família brasileira mostra uma tendência comportamental na linha da informalidade matrimonial. O debate está aberto. O legislador e a sociedade devem buscar ativamente maneiras de apoiar o casamento? Ou, ao contrário, devem oferecer mais direitos e benefícios às fórmulas alternativas de uniões?
Para a jurista Leah W. Sears, ex-presidente da Suprema Corte do estado da Geórgia, “um direito de família que não incentiva o casamento ignora o fato de que ele é associado a um amplo leque de resultados positivos — tanto para crianças como para adultos”. A seu ver, “os índices elevados de fragmentação da família estão prejudicando as crianças”. E conclui a juíza: “Claro, muitos pais solteiros fazem um excelente trabalho e precisam do nosso apoio. Mas acredito que construir uma cultura do casamento saudável é uma preocupação legítima para o direito da família.”
Concordo com a opinião de Leah W. Sears. A balança do bom senso pende para o lado da família. E a experiência confirma a percepção. Estudos mostram que crianças criadas fora do casamento estão mais propensas a abandonar a escola, usar drogas e envolver-se em violência. O Child Trends, um instituto de pesquisa americano, resumiu: “Filhos em famílias com um só dos pais, filhos nascidos de mães solteiras e filhos criados na nova família de um dos pais ou em relações de coabitação enfrentam riscos maiores de ficarem pobres.” Contra fatos não há argumentos.
Falta de limites e tolerância mal-entendida produziram muitos estragos. Alguns educadores, pais e psicólogos gastaram a maior parte dos seus esforços no combate à vergonha e à culpa, pretendendo que os adolescentes se sentissem bem consigo mesmos. O saldo é uma geração desorientada e vazia. A despersonalização da culpa e a certeza da impunidade têm gerado uma onda de superpredadores. A formação do caráter, compatível com o clima de autêntica liberdade, começa, aos poucos, a ganhar contornos de solução válida.
Ao Estado, como é lógico, compete fortalecer, e não enfraquecer o núcleo familiar. Trata-se de uma responsabilidade que deve ser exigida e cobrada pela sociedade e pelos eleitores. A crise ética que castiga amplos segmentos da vida pública brasileira, fenômeno impressionante e desanimador, tem seu nascedouro na crise da família.
Os homens públicos não são fruto do acaso, mas de sua história. Crianças que crescem num ambiente de busca obsessiva de dinheiro, conforto e poder, sem limites e balizas éticas, serão os delinquentes da vida pública de amanhã. A corrupção sem precedentes que fustigou o noticiário do ano passado e promete novas emoções no ano que começa tem raízes profundas. O trabalho da imprensa, do Judiciário, do Ministério Público e da Policia Federal é importante, sem dúvida. Mas a virada ética, consistente e verdadeira, começa na família.
A todos, sem ceder ao pessimismo, excelente 2015!

Carlos Alberto Di Franco é diretor do Departamento de Comunicação do Instituto Internacional de Ciências Sociais

http://oglobo.globo.com/opiniao/aposta-na-familia-14957016

11 de julho de 2014

FUTEBOL E POLÍTICA NO JOGO BRASIL E ALEMANHA




 Acho que esta canção do Ultraje a rigor elucida bem o que foi o jogo. Juro que tentei não comentar a derrota vexatória da seleção brasileira na terça-feira. Entretanto, não pude me conter de procurar buscar algumas respostas para o resultado, desta que foi a pior derrota do Brasil em copas do mundo. Acredito que todos que estavam assistindo a partida ficaram chocados com a atuação pífia da seleção.
Após a humilhante derrota, procurei assistir como de costume as entrevistas coletivas do Felipão e Parreira, e as observações de diversos comentaristas esportivos nos mais variados canais de TV. Fiquei impressionado com a forma que foi tratado o resultado por aqueles que comandaram nossa seleção nesta copa. Vi uma arrogância sem limites e uma postura de que o ocorrido foi "apenas" um acidente.
De acordo com eles o trabalho foi bem feito e a seleção estava perfeita até o jogo contra a Alemanha. Porém, qualquer torcedor que tenha um pouco de bom senso irá concordar que em nenhum momento o Brasil empolgou ou realizou uma partida digna de pentacampeã. Talvez, com exceção do 1º tempo contra a Colômbia nas quartas de final.
Depois do jogo contra a seleção alemã, fiquei refletindo sobre a relação desta partida com o Brasil e os seus desdobramentos políticos. Vamos aos fatos:
1.  O que se viu desde o início da copa, foi uma seleção extremamente nervosa e emocionalmente sem equilíbrio. Percebi muito mais coração do que razão. Infelizmente, acontece assim também na política brasileira e com muitos eleitores. O coração na hora de realizar suas escolhas fala mais alto em detrimento da razão. Bons projetos são substituídos por mimos que encantam os corações que aprisionam a mente em gaiolas que as impedem de agir racionalmente.
2.  A seleção alemã repensou seu futebol desde a derrota para o Brasil em 2002. Ficou evidente que o futebol alemão cresceu e evoluiu muito nos últimos 10 anos. A sua liga de futebol é uma das mais organizadas e fortes do futebol europeu. Enquanto isso, os nossos campeonatos são cada vez mais vazios e desorganizados. O futebol brasileiro na última década só vem decaindo e se tornando improdutivo. A prova disto foi visível nesta copa. Seleções com pouca ou nenhuma expressão no cenário mundial nos deram um banho tático de organização. Vide: o Chile, a Costa Rica, a Colômbia, o Estados Unidos, etc... Todas essas seleções cresceram em seu futebol. Assim é na política brasileira. Não existe planejamento e continuidade de trabalho de um governo para o outro. Tudo é feito no improviso.
3.  Enquanto na seleção alemã vimos um futebol coletivo. Na seleção brasileira depositávamos nossa esperança num único jogador para resolver tudo. Assim, também é na política de nosso país. Muitos depositam a resolução dos problemas numa figura quase que messiânica que sempre surge em época eleitoral.
4.  A falta de foco na nossa seleção ficou evidente. Todos tinham acesso a concentração Brasileira. Na concentração alemã apenas uma folga foi dada. Eles estudaram seus adversários procurando encontrar seus pontos fracos e fortes. A impressão que tive é que nossa seleção não conhecia bem o seu adversário. Visto a escalação feita por nosso técnico. Na política não é muito diferente. Os eleitores não conhecem seus candidatos e se deixam levar por um conhecimento superficial do mesmo. Os resultados são sempre desastrosos.
5. Enquanto o futebol mundial e os técnicos estudam sobre tática, planejamento, organização e aprimoram suas seleções, os nossos técnicos continuam com uma mentalidade antiga e amadora. Na política não tem sido diferente. Existe um amadorismo gritante por muitos políticos na condução de nosso país. Palavras como: planejamento, organização, seriedade, responsabilidade são inexistentes por muitos deles.
            Que esta derrota no futebol não nos faça perder o foco e que saibamos discernir os discursos políticos em ano eleitoral. Oremos por nosso país para que vivamos um período de mudanças em nossa mentalidade do improviso e do famoso jeitinho brasileiro.
Pr. Marco Antônio Carvalho

17 de junho de 2014

MANTENDO MEU COMPROMISSO COM DEUS



 
SERMÃO PREGADO NA IGREJA BATISTA CENTRAL EM HONÓRIO GURGEL
TEMA: MANTENDO MEU COMPROMISSO COM DEUS
TEXTO: ECLESIASTES 5:1-7
 I – ESTANDO EM SUA PRESENÇA COM HUMILDADE (V.1)


"Quando você for ao santuário de Deus, seja reverente. Quem se aproxima para ouvir é melhor do que os tolos que oferecem sacrifício sem saber que estão agindo mal".
II – ORANDO AO SENHOR COM SABEDORIA (V.2,3)
"Não seja precipitado de lábios, nem apressado de coração para fazer promessas diante de Deus. Deus está nos céus, e você está na terra, por isso, fale pouco. Das muitas ocupações brotam sonhos; do muito falar nasce a prosa vã do tolo".


III – SENDO DEPENDENTE DA GRAÇA DE DEUS (V.4-6)

"Quando você fizer um voto, cumpra-o sem demora, pois os tolos desagradam a Deus; cumpra o seu voto. É melhor não fazer voto do que fazer e não cumprir. Não permita que a sua boca o faça pecar. E não diga ao mensageiro de Deus: "O meu voto foi um engano". Por que irritar a Deus com o que você diz e deixá-lo destruir o que você realizou"?

CONCLUSÃO
O texto termina no versículo 7 dizendo que: "Em meio a tantos sonhos, absurdos e conversas inúteis, tenha temor de Deus". Isso significa respeito, reverência, mas também observância de sua Palavra, de Seus preceitos. Adoração verdadeira, oração consciente, resolução de obedecer. Supliquemos pela ação do Espírito Santo, em nossas vidas, para nos iluminar o entendimento e nos trazer para mais perto da sua Lei. Amém. 

Pr. Marco Antônio Carvalho